segunda-feira, 11 de maio de 2009

ENTREVISTA A MIGUEL MOUZINHO


SurfTotal: Olá Miguel. Recentemente ficaste em 2º lugar na final europeia do circuito Volcom Qualifying Series (VQS), que decorreu em Anglet, França. Fala-nos de como correu o campeonato e o que este resultado representa para ti.

Miguel Mouzinho: Sim, o campeonato correu-me bem, à partida não ia com nenhum objectivo concreto, visto ser um campeonato Europeu onde estavam surfistas de nome internacional. Este resultado foi muito importante devido ao patrocinador principal do campeonato ser a marca que eu represento, a "Volcom" a quem aproveito para agradecer por tudo.

ST: É verdade que fizeste uma viagem de 14 horas de comboio para competir neste evento? Como é que isso aconteceu?

MM: Sim, é verdade! Eu estava em Lisboa em casa de uns amigos meus, "Benny e Tomás Valente" para fazer o WQS do Estoril onde perdi na 2ª fase, na quarta-feira. E sabia que o VQS ia começar logo no Sábado, entretanto tinha visto que as condições iam estar horríveis, e então decidi não ir, liguei aos "patrões" avisei que não iria ao VQS e parecia estar tudo bem. Na sexta-feira acordo para ir surfar, e ainda em casa liga-me o Bizuka e diz-me: “Puto tens de ir ao VQS! És obrigado! Tens comboio hoje às 16h!” E eu respondi "OK!". E assim foi. Às 16h estava eu com o Tomás na estação de St. Apolónia para apanhar o comboio, entrámos na nossa cabine cada um com três pranchas e mala com roupa, só as nossas malas ocupavam a cabine inteira, e ainda estava um casal lá dentro. Chegámos a Salamanca, entram dois indianos para a nossa cabine e eu vinha a tentar dormir, um deles deitou-se ao meu lado esticou-se todo e tive de levar com ele até França. Ou seja, fizemos uma viagem de 14 horas sem dormir, chegámos a França às 6 da manhã. O tempo e o mar estavam horríveis. Depois foi competir e, felizmente, correu-me bem.

ST: Ao alcançares o 2º lugar, garantiste o acesso à grande final mundial que irá decorrer na Califórnia. Quais são as tuas expectativas?

MM: Na Califórnia espero aprender muito, vou aproveitar para treinar ao máximo com o Didier Piter e, claro, passar o máximo de heats possíveis.

ST: Venceste as duas primeiras etapas do Circuito de Surf Algarve 2009. Uma vez que também competes a nível internacional como analisas o nível de surf dos atletas do sul?

MM: Eu acho que os surfistas do Algarve têm muito valor. Temos surfistas que já se afirmaram a nível internacional como o Marlon Lipke ou os irmãos Guichard. Temos agora uma nova geração de miúdos com grande vontade e um bom nível para a idade que ainda têm. Não podia deixar de agradecer ao Sérgio Brandão por todo o trabalho e dedicação que tem não só comigo mas com todos colegas. Acho que mais que um grande treinador é uma pessoa que ainda pode fazer muito pelo surf em Portugal!

ST: Sentem falta de apoios uma vez que estão longe dos principais centros: Lisboa, Ericeira e Peniche?

MM: Sim, acho que se sente muito a falta de patrocínios, fotógrafos, etc. Há pouca visibilidade no Algarve.

ST: Tu és mais um dos atletas da escola de surf algarvia. De que forma é que a qualificação do Marlon Lipke para o World Tour “mexeu” com o pessoal? Influenciou a tua motivação?

MM: Sim, sem dúvida que o Marlon despertou muito o surf no Algarve. Eu sempre acreditei nele e ainda hoje acho que ele tem muito mais para mostrar. O Marlon sempre foi uma referência para mim, e quando estou em baixo penso sempre naquilo que ele passou, teve uma lesão muito grave no ombro, nesse mesmo ano perdeu o patrocínio principal, e quando mais ninguém acreditava nele, ele levantou-se e hoje está onde está.

ST: Quais são os principais pontos em que tens apostado de forma a aperfeiçoar o teu nível de surf?

MM: Tento treinar muito e aperfeiçoar sempre a minha técnica, tornar-me um surfista mais consistente porque se queres competir tens de ser consistente. E os WQS têm me ajudado imenso, ainda não fiz nenhum grande resultado mas sinto-me mais forte e sinto que estou no bom caminho.

ST: Quais são os teus objectivos em termos de competição e free surf? Vais apostar em que circuitos a nível nacional e internacional?

MM: Os meus objectivos a nível de free surf são melhorar o meu surf e trabalhar mais a minha imagem e aparecer cada vez mais em revistas, sites, etc. Embora seja mais difícil para mim por viver no Algarve e não ter tanta visibilidade. Em termos de competição o meu principal objectivo é começar a correr os WQS porque é lá que espero ter resultados. A nível nacional sempre que puder vou fazer os Nacionais Open onde espero dar-me bem este ano.

ST: Queres deixar uma mensagem?

MM: Quero só agradecer a duas pessoas que ainda não falei mas que são muito importantes para mim. Sem elas eu não seria nada: Mãe e Pai.
Fonte : SurfTotal

1 comentário:

  1. podia me dizer o seu nome completo, para um trabalho que estou a realizar sobre o Miguel. aguardo resposta , Obrigada.

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